segunda-feira, novembro 09, 2015

(re) caida




Porque estou aqui…assim, deixada ao acaso?
Não mereço eu outra coisa.
Somos aquilo que produzimos.
Não terei eu produzido o suficiente?

Sozinha no meu “eu” reflicto e dou a mão à amargura.

Que estranha sou eu?
Não chego a nenhum ser…a nenhuma vida alheia.
Chego à minha. Esta vida sem sentido.´

Hoje li algo que me mexeu no âmago da consciência.
Caí.
Não me consigo levantar.

Quantas pessoas andam lá fora felizes da vida?
As que estão apaixonadas, as que estão a sentir, as que tem para onde ir!
E onde vou eu?
Só e sem destino, vou caminhando por aqui.
Não há ecos.
Não há sinais.
Não há toques.
Não me sinto na solidão.
Estou, quase sempre, com alguém ao meu redor.
Mas depois, penso, que sentido faz isto?

Caí.
Estou nesta realidade que não quero sentir.
Estou no limbo.
A loucura do desespero consome-me outra vez.
Só me resta gritar…silenciosamente.
Ninguém ouve. Mas eu sei quem não sou.

Apetece-me um cigarro.
Estou em renúncia.
Apetece-me beber.
Estou em destruição.
Apetece-me sentir.
Estou em angústia.

Amanhã vou ridiculamente continuar.
O quê?

IC. A QUE RECAIU