quinta-feira, setembro 21, 2006

DESCULPA!

Sou contra situações sufocantes, em que as pessoas estão casadas por obrigação, por compromissos financeiros, por causa dos filhos, por causa da estória vivida em comum (e que nunca chega a ser histórica), ou por causa de algum tipo de gratidão ou chantagem emocional. (Não digo que te enquadres em QUALQUER um destes parâmetros)

Por outro lado, acho que, se duas pessoas tomam a decisão de casar para viver uma vida em comum, devem de honrar o compromisso custe o que custar ou doa o que doer.

Ainda assim, e custando ou doendo, não aceito que as pessoas não honrem a 100% o seu compromisso.

Compreendo que não seja agradável, para ninguém, prender dentro de si o que gostaria de libertar e já não o consegue fazer, com a pessoa com quem partilha a vida.

Compreendo que há pessoas que tem asas para voar e não gostam de viver na gaiola que os alimenta e à qual voltam sempre porque, ali, se sentem protegidas.

Compreendo que o mundo é muito pequeno para quem vive com a cabeça na lua.

Acho que NUNCA me vai ser possível ajudar-te.

Acho que ME é impossível ajudar-te como devia de ajudar.

Acho que JAMAIS poderia ajudar-te sem perder o respeito pela minha opinião e pela minha pessoa.

Desculpa se não te ajudo!

Desculpa se não te dou a mão para te conduzir à tal felicidade que procuras!

Desculpa se não estou à altura das tuas necessidades!

Gostava que conseguisses encontrar um caminho que, ainda, nunca viste, para resolver o que te apoquenta, uma estrada que não te fizesse andar por caminhos tão efémeros.

Gostava que vivesses, ainda, momentos de alegre felicidade com a pessoa que te ama há tanto tempo.

Gostava te abraçar e dizer que tudo se resolverá sem haver mágoas para algum dos lados.

Sei que sofres, tu também, porque és o pássaro que gosta de ver as paisagens para lá da janela da gaiola, em que tu vives pendurado, mas não queres, com isso, magoar a dona da gaiola em que te sentes tão bem.

Sei que tens necessidade de voltar, sempre, depois de um dia vivido nas estrelas.

Sei que para ti o ar é pesado e precisas de refrescar as cores da tua paleta de óleos e vernizes.

Faz o que te diz o coração.

Faz o que te manda a consciência.

Faz o que for melhor para ti.

Concordando, ou não, cá estarei de braços abertos para te receber de coração aberto, porque sou tua amiga e não há felicidade sem amigos por perto com quem dividir o mau e o bom desta vida tão curta.

Eu tenho pouco.
Não tenho nada, até, para te dar.
Dou-te o meu colo, se quiseres.
Se o meu colo é o colo que te pode fazer acalmar...
Porque, o que te dou faz gastar a minhas energias, para que, de energias já gastas, eu não tenha tempo para pensar que tu tens tanto e eu não tenho nada.

Inês de Castro ( a que chora, mais por pena do que por dor. Pena de si própria por nada ter)