domingo, maio 14, 2006

Estrada da Vida



Vou caminhando nesta longa estrada,
feita de pedras duras e irregulares.
Tropeço no andar, caio, levanto-me.
Longo é o caminho, larga a caminhada.

Trago bagagem desnecessária e pesada.
Carrego comigo o que não posso ter.
Doem-me as costas, o lombo e as pernas.
Padeço perante a suja estada falada.

Olho os que passam e os que passo.
Miro seus olhares de desdem.
Peço que me vejam ao caminhar,
aguardo olhos atentos e companheiros.

A estrada não tem destino marcado,
o objectivo faz-se confuso e fraco.
As pedras roem no sapato, a roupa desfaz-se.
A bagagem perde-se de tão pouco precisa é.

Ninguem me vê, ninguem me olha.
Todos me pregam por ajuda no andar.
Caminho a vida dos que acompanho.
Esquecem-se de mim na beira da estrada.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não se esquecem...às vezes...não olham!

Beijos da Teia

Plantei uma estrada
Sem mais nada
Do que palavras de sonhador.
Colhi um caminho
Com igual destino
Ao de um Sísifo cumpridor:
O Eterno Recomeço.
E o sino que dobra solene
Soa-me a vidas sempre iguais.
Projecto golpes compassados
Naquele relógio de horas brutais...
O de Kronos...
Consumidor de momentos...
Momentos ameaçados.
Uma chávena de café.
Um intervalo na vida, se faz favor,
Enquanto engulo memórias quentes.
Sem açucar...
Que os tempos são diferentes!!
E o fumo avassalador
Que pinta a cidade
Vem de um fumador de sonhos;
Do meu cigarro
Que jaz apagado.
Como tudo é ilusão.
Como tudo se consome depressa.
E ainda agora começou a festa...
Em tanta coisa,
Com tão pouco tempo...
Meu Deus – És Deus...(?)
E o que é viver?


susana júlio

quinta-feira, junho 01, 2006  

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