Estrada da Vida
Vou caminhando nesta longa estrada,
feita de pedras duras e irregulares.
Tropeço no andar, caio, levanto-me.
Longo é o caminho, larga a caminhada.
Trago bagagem desnecessária e pesada.
Carrego comigo o que não posso ter.
Doem-me as costas, o lombo e as pernas.
Padeço perante a suja estada falada.
Olho os que passam e os que passo.
Miro seus olhares de desdem.
Peço que me vejam ao caminhar,
aguardo olhos atentos e companheiros.
A estrada não tem destino marcado,
o objectivo faz-se confuso e fraco.
As pedras roem no sapato, a roupa desfaz-se.
A bagagem perde-se de tão pouco precisa é.
Ninguem me vê, ninguem me olha.
Todos me pregam por ajuda no andar.
Caminho a vida dos que acompanho.
Esquecem-se de mim na beira da estrada.
1 Comments:
Não se esquecem...às vezes...não olham!
Beijos da Teia
Plantei uma estrada
Sem mais nada
Do que palavras de sonhador.
Colhi um caminho
Com igual destino
Ao de um Sísifo cumpridor:
O Eterno Recomeço.
E o sino que dobra solene
Soa-me a vidas sempre iguais.
Projecto golpes compassados
Naquele relógio de horas brutais...
O de Kronos...
Consumidor de momentos...
Momentos ameaçados.
Uma chávena de café.
Um intervalo na vida, se faz favor,
Enquanto engulo memórias quentes.
Sem açucar...
Que os tempos são diferentes!!
E o fumo avassalador
Que pinta a cidade
Vem de um fumador de sonhos;
Do meu cigarro
Que jaz apagado.
Como tudo é ilusão.
Como tudo se consome depressa.
E ainda agora começou a festa...
Em tanta coisa,
Com tão pouco tempo...
Meu Deus – És Deus...(?)
E o que é viver?
susana júlio
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