quarta-feira, novembro 18, 2015

Despertar com os teus carinhos matinais.


Esta manhã acordaste-me com um beijo.
Esta manhã arrebatas-me para ti,
possuíste-me com um simples bom dia,
Consumiste-me ali mesmo.

As pernas tremeram-me,
A alma suou,
A garganta secou.
Que poder tens tu?


(IC: a que regozija com doces despertares)

Cirurgião do teu coração.


Carregas um coração tão carregado!
Que posso eu fazer, para além de te aliviar a dor?
O meu destino é abrir-te a concavidade torácica,
Usar uma cola bem forte, colar os pedaços do teu coração,
Voltar a remendar o teu tórax e esperar que tudo sare.

Não está em mim viver no teu coração,
Se não, apenas, ajuda-lo a bater novamente,
E a faze-lo ver a Primavera a renascer,
A trazer-lhe o calor do Verão,
O aconchego do inverno.

Não está em mim cura-lo,
Isso será trabalho do teu poder.
Não está em mim fazer com que ele bata.
Não está em mim…porque o meu destino não é esse.
O meu destino é, apenas, cola-lo.

(IC-a que tem um destino...e apenas fica na sombra)

domingo, novembro 15, 2015


Adormece nos meus braços

Nesta tua dor e arrebatamento, queria poder dizer-te que te quero;
Queria poder dizer-te que te quero acalmar, cuidar, mimar.
Tu does-me.
Se a minha âncora, que és tu, fraquejar, vai-me arrastar este oceano turbulento.
Estou fraca e desorientada nesta tempestade.
Tu, meu capitão, minha âncora, meu leme, tu conduzes-me.
Tu conduzes-me por um caminho invisível que só nós podemos ver.
Deixa-me acalentar-te o coração e a alma já que o corpo não posso acalmar.
Tens o coração dilacerado, esfaqueado, sangrando desalmadamente.
Quisera eu poder cora-lo.
Ainda é cedo.
Ainda não é o momento.
Agora dorme meu anjo doce.
Deixa-te embalar nos meus braços.
Eu estou aqui.
Grita comigo.
Preciso de ti.
Já dormes meu querido?

(IC: a que sente a dor de teu coração em dobro dentro do meu. Estou aqui.)

quarta-feira, novembro 11, 2015

A-penas

.....porque, na realidade, NÃO EXISTIMOS,
nunca fomos,
nunca seremos,
A beleza do teu existir,
é a distancia que separa essa realidade,
porque sei que assim nunca me poderás desapontar.
Porque tu não existes
apenas és.

(IC: a que sonha que seria uma fantasia de realidades, cheia de estrelas brilhantes)

segunda-feira, novembro 09, 2015

(re) caida




Porque estou aqui…assim, deixada ao acaso?
Não mereço eu outra coisa.
Somos aquilo que produzimos.
Não terei eu produzido o suficiente?

Sozinha no meu “eu” reflicto e dou a mão à amargura.

Que estranha sou eu?
Não chego a nenhum ser…a nenhuma vida alheia.
Chego à minha. Esta vida sem sentido.´

Hoje li algo que me mexeu no âmago da consciência.
Caí.
Não me consigo levantar.

Quantas pessoas andam lá fora felizes da vida?
As que estão apaixonadas, as que estão a sentir, as que tem para onde ir!
E onde vou eu?
Só e sem destino, vou caminhando por aqui.
Não há ecos.
Não há sinais.
Não há toques.
Não me sinto na solidão.
Estou, quase sempre, com alguém ao meu redor.
Mas depois, penso, que sentido faz isto?

Caí.
Estou nesta realidade que não quero sentir.
Estou no limbo.
A loucura do desespero consome-me outra vez.
Só me resta gritar…silenciosamente.
Ninguém ouve. Mas eu sei quem não sou.

Apetece-me um cigarro.
Estou em renúncia.
Apetece-me beber.
Estou em destruição.
Apetece-me sentir.
Estou em angústia.

Amanhã vou ridiculamente continuar.
O quê?

IC. A QUE RECAIU